terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

KAREL FRANS PHILIPPEAU


KAREL FRANS PHILIPPEAU - Três damas conversando - Óleo sobre painel - 29,9 x 40 - 1867

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Cena italiana nos jardins do palácio
Óleo sobre madeira - 29,5 x 39,5

Em 1839, era fundada em Amsterdã a Arti et Amicitiae (Artes e amizades). Uma espécie de sociedade de artistas holandeses que desempenhou um papel fundamental na cena artística do país, em especial nas escolas de arte de Amsterdã. Quando em 1794, a última guilda de pintores da cidade foi dissolvida durante a ocupação do domínio napoleônico, ficou a carência de um espaço que integrasse e servisse de encontro para a classe artística da cidade. Desde 1840, a sociedade funciona no mesmo endereço, no centro de Amsterdã, no Rokin 3. Chamada carinhosamente de “Arti”, a casa está localizada no número 112. Foi ali, nesse mesmo espaço, em 1855, que Karel Frans Philippeau tornou-se membro e também um dos grandes incentivadores do movimento artístico em Amsterdã. Já naquela época, a instituição se mantinha por recursos privados e também oferecia fundos de pensão para artistas previamente selecionados. Phileppeau deu um grande incentivo a artistas locais, trazendo e introduzindo os aprendizados que obteve na Itália.

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Família em descanso - Óleo sobre tela - 18 x 25

KAREL FRANS PHILIPPEAU - O credor de dinheiro - Óleo sobre painel - 34,3 x 45,2 - 1868

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Uma família italiana num terraço - Óleo sobre tela - 71 x 92,5

Assim que se formou nas Academias de Arte de Amsterdã e Antuérpia, Karel Frans Philippeau viajou para a Itália e passou por lá um bom tempo. Roma ainda tinha uma certa nostalgia e sustentava a fama de destino mais que certo para artistas aprendizes do mundo todo. Sucesso alicerçado nas muitas pinacotecas valiosas dos mestres italianos, que seduziam visitantes e principalmente artistas, localizadas nas mais diversas coleções, seja de instituições ou de famílias tradicionais.

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Figuras num quintal - Óleo sobre painel - 30,3 x 41 - 1861

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Perto da fonte - Óleo sobre painel - 34,5 x 46

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Idílio italiano - Óleo sobre madeira - 32 x 41 - 1867

Dos mestres italianos, Philippeau herdou principalmente o bom gosto da composição e o equilíbrio e harmonia dos traços. Em seus trabalhos, é nítida a leveza e harmonia encontradas nas obras de Rafael, mas também a desenvoltura e naturalidade dos artistas realistas e naturalistas do Ottocento italiano. Suas cenas são narrativas deliciosas do doce far niente italiano, bem como de ambientes de trabalho muito bem elaborados e com uma paleta rica e desenvolta.

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Uma cena italiana - Óleo sobre painel - 32 x 43

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Uma prece na estrada - Óleo sobre painel - 39,6 x 50,2

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Mulheres camponesas romanas, com crianças na paisagem
Óleo sobre tela

Karel Frans Philippeau nasceu em Amsterdã, no dia 31 de agosto de 1825. Pode-se dizer que pegou o período mais revolucionário para a arte em solo europeu, desde o Renascimento. Nos seus 72 anos de vida, teria muita história para ser cúmplice. O Realismo e o Naturalismo davam lugar ao Academicismo e Romantismo, assim como o Impressionismo e outras vertentes já despontavam como a linguagem de novos tempos. Ele parece ter passado imune a essas novidades, mantendo-se sempre fiel ao seu estilo e sua proposta.

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Lição de canto - Óleo sobre madeira - 34,5 x 46

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Mãe e criança numa paisagem do Mediterrâneo
Óleo sobre painel - 36 x 46 - 1865

Quando retornou para a Holanda, já era um artista maduro e respeitado. Ensinou diversos alunos na Arti et Amicitiae, dentre eles destaca-se Betsy Repelius e J. Hulk. Produzia constantemente e expôs diversas vezes em Haia e Amsterdã. O artista faleceu na cidade de Prinsenhaag a 15 de abril de 1897. Atualmente, seus trabalhos estão espalhados em diversas coleções particulares e públicas. Museus de Amsterdã, Bruxelas, Glasgow e Viena reúnem o maior número de suas obras.

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Pastores descansando - Óleo sobre painel - 34,5 x 46

KAREL FRANS PHILIPPEAU - Um banquete festivo numa paisagem italiana
Aquarela e guache sobre papel - 29 x 49


domingo, 18 de fevereiro de 2018

WEST FRASER


WEST FRASER - Calor tropical - Óleo sobre linho - 61 x 91,4

WEST FRASER - Artesanato de pescador - Óleo sobre linho - 76,2 x 61

WEST FRASER - Por de sol na primavera - Óleo sobre linho

É interessante observar como o Impressionismo ainda coleciona adeptos e como se desenvolveu ao longo de décadas. Mesmo sendo uma tendência datada ao final do século XIX, sua influência tornou-se uma marca registrada e não deixou mais o cenário da arte. Seja pela liberdade expressiva, ou pela ausência do rigor técnico dos estúdios, mas principalmente pelo frescor da pintura produzida ali, em contato direto com o tema, nas muitas cenas de paisagens ou cenas urbanas movimentadas e saudosistas, captadas com a espontaneidade que só uma sessão de plein air consegue oferecer.

WEST FRASER - Algo a fazer - Óleo sobre tela - 40,6 x 50,8

WEST FRASER - Hope Spring Valley - Óleo sobre tela - 50,8 X 40,6

Trabalhar ao ar livre liberou West Fraser de seu estúdio, colocando-o em intimidade com o rico tecido da vida urbana, ou em ambientes naturais intocados, onde dominou o uso correto da luz e das cores das estações, dos momentos do dia e dos efeitos atmosféricos variados sobre paisagens e cenas de cidades. Tudo que já havia sido experimentado por inúmeros artistas, no início do movimento mais importante para a modernização do fazer artístico: o Impressionismo.

WEST FRASER - Primavera em Taormina - Óleo sobre tela - 76,2 x 91,4

WEST FRASER - Vista da cidade - Óleo sobre linho - 81,2 x 162,5

WEST FRASER - Fim de inverno - Óleo sobre linho

Foi somente em 1989, que Fraser começou a produzir suas primeiras pinturas a óleo, criadas a partir da pintura em plein air. Um estilo baseado em uma renderização impressionista de luz, cor e atmosfera, em forma de paisagens, cenas urbanas e visões marítimas. Desde então, ele explorou sua produção nesta linha - desenvolvendo constantemente suas habilidades formais e expressivas na retratação de assuntos que vão desde vistas panorâmicas de casarios, com seus telhados urbanos, até paisagens íntimas, em pântanos remotos de ilhas, ou de cenas costeiras, suas preferidas fontes de inspiração. A sedução para essa abordagem havia começado anos antes, quando em 1986, suas cenas em aquarela já haviam adquirido um apelo mais lisonjeiro e lírico.

WEST FRASE - Bear Island Flats - Óleo sobre linho - 61 x 91,4

WEST FRASER - Wagon Trail - Óleo sobre tela - 50,8 x 61

WEST FRASER - O mundo muda - Óleo sobre linho

West Fraser nasceu em Savannah, na Geórgia, Estados Unidos, filho de Joseph Bacon Fraser Jr e Carolyn Bexley. Frequentou a Savannah Country Day School e foi criado próximo a Hinesville até 1964, quando sua família se mudou para Hilton Head Island, Carolina do Sul. Graduou-se na Universidade da Geórgia com um diploma de bacharel em 1979. No ano seguinte, em Savannah, trabalhou de forma independente como ilustrador e começou suas primeiras pinturas em aquarelas. De 1980 a 1984, ele morava no condado de Buck, na Pensilvânia, e começou a viajar para cima e para baixo da costa da Nova Inglaterra para pintar assuntos marítimos e cenas portuárias. Em 1984, ele se instalou em Charleston, Carolina do Sul, e continuou seu trabalho em aquarela até o final da década de 1980. As composições marinhas realistas e detalhadas deste período resultaram no reconhecimento crítico precoce, com uma exposição conjunta em 1984 nas Galerias de Arte Grand Central de Nova York, e na sua primeira exposição individual no Gibbes Museum of Art, em Charleston , no final de 1986 até o início de 1987.

WEST FRASER - Carro de boi - Aquarela sobre papel

WEST FRASER - Knoll windy - Óleo sobre tela - 66 x 76,2

WEST FRASER - Velhas árvores - Óleo sobre tela - 28 x 35,3

Ele atingiu a maturidade artística ali memso, em Hilton Head Island, onde desenvolveu seu amor pelos arredores costeiros que hoje ainda lhe fornecem a maior fonte de inspiração. Um dos principais artistas americanos na tradição representacional e de plein air, ele construiu sua carreira em vistas ricamente pintadas e atmosféricas de cidades, costas e paisagens em todos os Estados Unidos e também fora deles. As cidades montanhosas da Toscana, na Itália, são outra temática que muito lhe agradam. Um ávido viajante, ele pintou em todo o Caribe, América Central, diversas regiões da Europa e Escandinávia.

WEST FRASER - Velho casarão - Óleo sobre linho

WEST FRASER - Um longo caminho - Óleo sobre linho

WEST FRASER - Zona costeira - Óleo sobre linho

Através de seus muitos elogios e prêmios, ele alcançou uma reputação nacional e internacional como mestre de criar uma luz natural em suas pinturas luministas. Defensor de um estilo e movimento que conquistou o mundo e veio para ficar, Fraser faz um Impressionismo contemporâneo como poucos. Seus trabalhos se encontram no acervo de diversos museus e instituições, públicas ou privadas. Casado com Helena Fox, o artista reside atualmente em Mt Pleasant, Carolina do Sul.

West Fraser em plein air.


PARA SABER MAIS:




domingo, 11 de fevereiro de 2018

CELESTIAL


REGINALDO MODESTO - Caminho da promessa - Óleo sobre painel

O contato com o divino é algo pessoal e intransferível. Por mais que alguém tente expressar em palavras a sua experiência com o divino, é impossível que o outro veja como ele e principalmente que sinta como ele. Toda experiência metafísica individual pode ser socializada, mas nunca dividida. Quer queiramos ou não, o caminho para a evolução humana passa principalmente pela evolução espiritual de cada um. E que fique claro desde o início que não se trata de prática religiosa, mas, da descoberta de uma força maior que há em tudo e que a tudo sustenta. É a harmonia com essa força que devolve o verdadeiro sentido à vida e dá acesso ao caminho evolutivo, nato de cada ser humano. A religião, em si, deveria ser uma prática coletiva de pessoas que sintonizaram a mesma experiência com o divino. Infelizmente, as instituições religiosas não cumprem exatamente essa sua função, mas isso já não é assunto para essa matéria.

REGINALDO MODESTO - Porto seguro - Óleo sobre painel

REGINALDO MODESTO - Transformação interior
Óleo sobre painel

Recentemente, foi inaugurada em Presidente Prudente, SP, a exposição CELESTIAL, do artista Reginaldo Modesto. Recém-chegado para o mundo das artes, o artista vem mostrar em 20 obras, a sua experiência com o divino. É a sua visão, construída principalmente em cima da trajetória de trauma e superação dos abusos sexuais que sofreu quando criança. Segundo o próprio artista, só através da arte, conseguiu devolver ao mundo as cores dos tempos de “cinza e frio” que viveu durante muitos anos.

REGINALDO MODESTO - Apresenta-me teus frutos - Óleo sobre painel

REGINALDO MODESTO - A Arte que me deste - Óleo sobre painel

Reginaldo Modesto nasceu na cidade de Dracena, no interior do estado de São Paulo, no ano de 1986. Formou em arte pela Unifadra, em Dracena, mas o contato artístico mais profundo se deu com o artista Luís Xavier de Lima, de quem herdou principalmente o gosto pelo estilo Surrealista. Ainda é um artista em plena formação (condição a todo artista que não cansa de aprender), descobridor de sua melhor expressão técnica e consciente que o caminho para a sua melhor condição, passa infalivelmente por muita dedicação e experimentos.

REGINALDO MODESTO - Obra- NÓS

REGINALDO MODESTO - Derramar do Universo
Óleo sobre painel

REGINALDO MODESTO - Vou além - Óleo sobre painel

A exposição CELESTIAL, recém-inaugurada em um Shopping de Presidente Prudente, conta com 20 obras, sendo que 11 delas compõe o grande painel NÓS, com 8 metros de comprimento. É uma obra conceitual, onde a sua experiência de vida é retratada. Desde os tempos áridos de sua infância, passando pelos longos desfiladeiros que permitiram sua libertação do passado e levaram ao contato com um novo mundo, “verdejante” e promissor. Segundo o artista, foi a experiência cristã que o levou a sair da condição em que se encontrava e que permitiu a ele se dar a possibilidade de um novo mundo. Como afirmado no início, são infinitos os caminhos que levam alguém a estreitar as suas relações com o divino. Alguns o fazem pela dor (infelizmente), outros o descobrem nas coisas mais simples da vida. Importante é que todos tenham esse contato um dia, e tão mais importante ainda, que o socializem. A arte foi o caminho mais adequado que encontrou para falar dessa sua experiência única e que agora leva ao contato de todos.


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